Em junho, o diretor executivo da empresa paraense TERRAS App Solutions, Carlos Souza, participou de um treinamento oferecido pela Fundação Mulago no Vale do Silício. O evento foi voltado para organizações contempladas com o Henry Arnhold Fellowship – ação de apoio da Fundação Mulago para empresas e ONGs que possuem projetos inovadores e com grande potencial impacto na área de conservação e que necessitam de mentoria e financiamento para replicar seus produtos e serviços em escala maior.
A Terras App Solutions foi contemplada com o prêmio de fellow da Fundação em 2017 por oferecer um conjunto integrado de ferramentas digitais que possibilitam o desenvolvimento de agricultura e pecuária com desmatamento zero na Amazônia. Isto é possível por meio de ferramentas e aplicativos que combinam análises geoespaciais, consultas a bancos de dados oficiais e sensoriamento remoto para facilitar o gerenciamento de terras e a rastreabilidade de produtos agrícolas, agropecuários, minerais, florestais madeireiros e não-madeireiros na região.
Este foi o segundo workshop da Mulago com a participação da TERRAS. O evento ocorreu em um retiro no Vale do Silício – região do estado da Califórnia que se destaca pela concentração de empresas com domínio de alta tecnologia – e contou com vários especialistas em gestão e estratégia.
Para o diretor executivo da empresa, Carlos Souza, foi uma oportunidade para amadurecer a estratégia da empresa e pensar em como replicar o impacto dos resultados em escalas maiores. “O diferencial da Mulago é a pegada pelo impacto para conservação. Não é o negócio pelo negócio. Este foi um workshop muito intenso e com uma abordagem prática, porque você tem que levar resultados concretos para testar o seu negócio. Para a Terras, esse processo todo deixou bem claro onde estamos no processo de desenvolvimento da empresa e do negócio e o que precisamos para escalar o serviço e gerar o impacto”.
Com quatro anos de existência, a empresa paraense Terras App Solutions nasceu como uma spin-off do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON). Graças ao apoio da Fundação Skoll, a spin-off pôde se estruturar para sair do Imazon, constituindo-se numa nova empresa, já com o objetivo de gerar benefícios socioambientais em grande escala, inicialmente para a Amazônia. Em breve, a empresa vai expandir seus negócios para outras regiões do Brasil e no exterior.
No momento, a Terras se dedica ao desenvolvimento de plataformas e aplicativos inovadores para gestão de propriedades rurais, monitoramento de riscos socioambientais e rastreabilidade de produtos agrícolas, agropecuários, minerais, florestais madeireiros e não-madeireiros.
Atualmente, o seu principal produto é a plataforma Terras Crédito Rural, desenvolvida em cooperação técnica com o Banco da Amazônia para facilitar o acesso do produtor rural a crédito, atrelado ao cumprimento da legislação ambiental. Por meio da plataforma, mais de 12 mil propostas já foram submetidas para aprovação de crédito rural. “A plataforma tem garantindo mais agilidade para a decisão do crédito. O que a gente quer promover é uma pecuária e agricultura sem desmatamento na Amazônia e os serviços que oferecemos são para reduzir o risco de novos desmatamentos nesses negócios”, explica Carlos Souza.
A longa experiência, a capacidade técnica e o compromisso socioambiental da equipe da Terras ganhou o reconhecimento de instituições como a holandesa Good Energies Foundation, a estadunidente Mulago e o Prêmio Nature Vest. Em 2016, foi uma das quatro empresas brasileiras selecionadas pelo departamento de estado norte-americano para participar do Global Entreprenuership Summit, que aconteceu na Universidade Stanford, Califórnia.